outubro 26, 2007

18 de Outubro

(Seile Manuele Corrêa)
E desejo à mim mais projetos e menos sonhos;
Mais objetivos e menos limitações.
Desejo ser mais realista e menos problemática.
Que aos 24 anos eu tenha mais coisas para fazer
E menos para me preocupar.
Não quero amadurecer em um
os vinte que construí em quatro.
Quero ser mais aberta às coisas e às pessoas
Mas sem confiar nelas, ainda, completamente.
Desejo à mim a paciência que me falta
Para esperar pelas coisas que não chegam quando quero.
Desejo forças para lutar pelo que preciso
E entender que nem sempre é aquilo que espero.
Desejo sorrisos para encobrir as lágrimas
que os outros não precisam ver.
Que eu seja mais amável e menos egoísta.
Mais observadora e menos precipitada.
Quero ser mais corajosa, mais batalhadora
E jogar fora meus medos. Esquecer as dores.
Que eu seja consciente das minhas escolhas.
Responsável por cada dia que riscar no calendário.
Merecedora das conquistas que me propuser alcançar.
E fazer valer o voto de “Feliz Aniversário”.

setembro 16, 2007

Caminhos...

(Seile Manuele Corrêa)
Todos os caminhos te levam à muitos lugares, mas apenas um te levará ao lugar certo.
Só que perder tempo preocupando-se com o que é certo te leva a mudar de rumo sempre que acredita: não está.
Assim, aceite que não existe, ainda, lugar certo.... Já que, muitas vezes, aquilo que você espera que aconteça não acontece...
E isso não quer dizer que você estava errado e sim, que o resultado alcançado é, agora, melhor ou mais útil do que o que você esperava...
Não esperar pelas coisas é que torna a vida viva. A Previsibilidade tira o sabor dos acontecimentos. Torna monótono os nossos desejos...
Não nascemos sobre um eixo "x" e com uma bússula apontando para o norte... Nós temos um mapa a seguir e o desfecho dele se altera a cada passo que damos em nosso cotidiano. Nós determinamos a nossa rota e definimos se queremos viver ou apenas existir...
Não somos projeto arquitetônico, engenhado, impecável. Não fomos construídos com uma estrutura fixa, inabalável. Somos humanos, e como todos, erramos. Escolhemos caminhos turvos, encruzilhadas perigosas... Mas são estes os caminhos que nos levarão até onde devemos chegar.
Se difíceis, se fáceis... Distantes ou não... O importante não é chegar ao topo, mas descobrir as maravilhas que existem ao nosso redor enquanto caminhamos....
Saber apreciar a vida e suas surpresas, inda que desagradáveis, é algo que precisamos aprender... Em uma competição, o que encoraja, é o momento... O que emociona, é a torcida... ou ainda mais... a dúvida... O troféu é mera gratificação para quem já fez tudo o que podia e não precisa mais continuar...

agosto 13, 2007

Rima não é Sinônimo...

(Seile Manuele Corrêa)
Eu poderia sentar mais uma vez e ficar calada... ouvindo, como tantos outros, as mesmas palavras e buscando sabedoria onde nunca encontrei...
Nunca encontrei porque não acredito que pessoas que não tenham o dom de ouvir mereçam ser ouvidas. E não entendo como querem ser ouvidas se não são capazes de fazê-lo. Não entendo como podem acreditar que estão sempre certas se nem sabem, realmente, o que é certo. Na sua mente pequenina, acreditam que tudo o que sabem e somente o que sabem é correto. Acham-se no direito de classificar pessoas como “inferiores” e “superiores” a si, conforme seu grau de entendimento... Tornam-se arrogantes com as primeiras e seguidores das segundas sem perceber que, fazendo isso, não são mais que plagiadores cômodos e eternos subordinados das teorias alheias...
Não são capazes de trocar idéias... mas contêm-se em julgar um míseros erros como culpa do grau de estudo de alguém que nem saiu da escola primária...
Eu poderia sentar mais uma vez e ficar calada... Ouvindo, como tantos outros, as mesmas palavras e buscando sabedoria onde nunca encontrei...
Nunca encontrei porque não acho que repetições tornam a falta de criatividade em uma filosofia de vida. Embora muitos não tenham parado pra pensar nisso, eu ainda acredito que falar sempre a mesma coisa, por mais que seja uma célebre frase, não é sinônimo de boa leitura, mas da falta dela...
Acredito que pessoas inteligentes não precisam adotar teorias manipuladoras de seres humanos, a fim de tentar convencê-los de que devem ser isso ou aquilo... Primeiro, porque entendem que todos têm livre arbítrio e segundo, porque sabem que a socialização vale mais que a subordinação, e que subordinados nunca serão, verdadeiramente, seus companheiros. São capazes de perceber que dinheiro compra adeptos, mas não fiéis...
Eu poderia sentar mais uma vez e ficar calada... ouvindo, como tantos outros, as mesmas palavras e buscando sabedoria onde nunca encontrei...
Nunca encontrei porque não acho que prepotência seja sinônimo de inteligência... nem de decência, nem de consciência... nem de nada relacionado com a capacidade de se tornar alguém de sucesso... Nunca encontrei porque infelizmente, ainda existem pessoas que não pararam pra perceber a diferença... A grande diferença entre rima e sinônimo...
..porque de prepotência para inteligência, há um salto muito grande... tão grande, que o risco de cair no precipício é bem óbvio...

agosto 11, 2007

Um dia elas farão sentido...

(Seile M. Corrêa)
Nunca percam as filosofias
caso contrário, deixarei de ser.
Nunca enterrem as palavras perdidas
caso contrário, não serei mais eu,
pois sou formada por pensamentos avulsos,
por palavras indecodificáveis
mas que, escritas, me descrevem
ao mesmo tempo que confundem
qualquer que tente refletir sobre elas...
Não, não enterrem as filosofias
As que são minhas, mais que minhas
são para mim...
Deixe-as no espaço e talvez um dia
eu acredite realmente em cada uma
e pare de tentar me convencer...

julho 21, 2007

Maybe Tomorrow...

Escreva sua história...

(Seile Manuele Corrêa)
Inda que muitos não leiam.
Inda que não faça parte do roteiro de um filme.
Inda que não seja a cena principal de uma novela...
Escreva sua história, inda que com rascunhos e rabiscos...
Inda que precise rever, posteriormente, algumas linhas...
escreva.
Escreva como se fosse sempre o último capítulo
e ao mesmo tempo, deixando um rastro de continuação para amanhã...
Que ela seja sem plágios...
Ninguém precisa ser igual a alguém...
E que tenha um pouco de tristeza, para se tornar emocionante.
Que seja alegre suficiente para te fazer rir algumas vezes
E sincera, a ponto de transparecer quem você é realmente.
Independente do que você escrever,
entenda que ela sempre será verdadeira
Inda que contenha fatos desagradáveis
e que você tente ignorá-los de alguma forma.
Escreva sua história,
Inda que ela não faça parte do que chamamos “História” quando entramos na escola,
E não seja registrada nos grande livros da humanidade...
Escreva aquela que fará parte da vida do seu próximo...
Do mundo que está ao seu alcance e que você é capaz de mudar, se quiser.
Não importa se ela será repleta de bons ou maus acontecimentos...
Se o final for registrado com muitas medalhas honrosas,
Aplausos desconhecidos
ou simples abraços de despedida...
É a sua história e é você quem decide
Se as dúvidas vão torna-la insegura...
Ou misteriosa...
Se os erros vão servir como exemplo...
Ou como vergonha...
Se as palavras vão ser lançadas ao vento...
Ou aos corações...
Escreva...
Inda que apenas você a admire...
Se não você... Quem mais o faria?
Todos escrevem histórias...
Mas não escreva porque todos escrevem...
Escreva por ser você...
Por ser a sua...
Por ser história...
Pois inda que muitos não leiam,
inda que apenas arquivada, Esquecida ou rejeitada,
ninguém jamais será digno De lhe tirar o título “História”...

junho 16, 2007

Definindo Prioridade...

(Seile Manuele Corrêa)
... Sem saber onde ela começa... Nascemos e não sabemos nem quem somos... Nosso nome ainda é incerto... Nossa vida é uma página em branco... Aos poucos escrevemos nela nosso primeiro pranto, nossa primeira palavra, nosso primeiro passo... Aos poucos definimos o que vamos gostar de fazer ou de comer... As pessoas com quem vamos caminhar ou apenas trocar uma idéia... Aos poucos vamos reconhecer nossos defeitos e aceitar nossas qualidades... E é aos poucos que acabamos por construir coisas que não percebemos, a não ser quando elas já atingem um tamanho determinado. Até aí, não conhecemos o verdadeiro significado de prioridade, já que podemos escolher entre ir acampar com o clube de escoteiros no final de semana ou simplesmente dar audiência ao programa menos inteligível que a TV nos oferece. Até aí, não conhecemos causas e consequências dos nosos atos, se não quando nos atrasamos para uma festa de aniversário e perdemos o último brigadeiro... Desta forma passamos anos de nossas vidas respondendo a pergunta: "O que vocvê vai ser quando crescer?" sem realmente sentir na pele o que ela significa. Apenas entenda que o Futuro não dói - nem o passado. Um, é expectativa, outro é lembrança. O que machuca nossa alma é apenas a PRIORIDADE. As escolhas que fazemos sem ter a opção verdadeira de escolha. Nossa vida é um círculo vicioso onde as coisas dependem umas das outras sem que você queira e, mais que isso, sem que você perceba... É sem perceber que você se subordina a circunstâncias que, de alguma forma vão te trazer um retorno. Se subestima a condições que talvez nãos ejam as melhores para você e sim, as necessárias. É impossível ser bom em muitas coisas simultâneamente. Você pode ser muito bom em uma delas... Mas a partir do momento que um paralelo o acompanha, você deixa de ser o melhor para ser um a mais. Para ser o melhor, você não pode dividir o seu tempo, até então exclusivo da sua "prioridade" com outra coisa que interfira nela... Só que muitas vezes, e na maioria delas, não há escolha... Você precisa poupar o desejo de ser o melhor e aceitar que talvez, seja cedo prá isso. Só que precisa entender que quando for a sua hora... a hora que você não precisará escolher o que fazer para poder conquistar algo, todo o tempo que você usou dividindo sua atenção foi, de certa forma, um desperdício... Muitos tem a oportunidade de levar uma vida sussegada... Acordar mais tarde, ler um pouco mais... Mas muitos mais não tem o privilégio da paz de espírito. Não tem a escolha de simplesmente abrir mão de algo para conquistar outro... Para estes, o sacrifício é inevitável e a prioridade é definida de forma entre escolher sofrer agora sem ter certeza do amanhã... ou sofrer prá sempre com toda a certeza... Queria entender esse direito de escolha que não existe... Essa prioridade obrigatória que toma parte de nosas vidas sem que possamos fazer nada. Essa prioridade que temos que aceitar como sendo a única saída para as nossas esperanças mas que ao mesmo tempo que nos mantêm respirando, nos logra e nos mata aos poucos... Prioridades que deixam de ser prioridades para se tornarem obrigações. E que você precisa mantê-las para se tornar alguém imcompleto um dia... Pior que isso, satisfazer-se com o ser imcompleto tendo ciência de que poderia simplesmente, não ser. Ninguém é bom em duas coisas ao mesmo tempo... E alguém nunca será bom enquanto precisar fazer duas ou mais coisas para conseguir construir uma terceira... Assim, construímos a vida de forma incompleta e insatisfatória. Pessimista? Não. Apenas não sou cômoda a ponto de admitir que merecemos tão pouco, sabendo que podíamos, simplesmente, não priorizar.

maio 04, 2007

A Falha do "Acreditar"

(Seile Manuele Corrêa)
Somos pedestres sem rumo, caminhando em linha reta. Ás vezes tropeçamos e, outras ainda, desistimos... existimos ou vivemos. Escolhemos. Inconscientemente, no decorrer de nossos dias, acabamos por acatar idéias que constroem nossas opiniões - elas podem ser exclusivas, inclusivas ou instáveis. Podem simplesmente não ser. De qualquer forma, terminamos a existência em nosso tempo - o que não é o mesmo para todos - acreditando.
É o conforto que buscamos para as coisas que não temos certeza. Buscamos justificativas para aquilo que nos magoa, de forma a ser ela um eufemismo de nossa dor. Passamos a vida preocupados com o que acontecerá depois, que esquecemos de viver o hoje. Morremos antes mesmo que o último suspiro chegue...
E como se não bastasse procurar sempre uma resposta, tentamos convencer à outros que o que acreditamos é mais justo... é melhor. Muitas vezes, porque realmente acreditamos nisso, mas na maioria delas porque queremos convencer a nós mesmos.
Acreditando que terão uma vida melhor, pessoas matam e se matam... Guerreiam. Outras, simplesmente não vivem, e há aquelas que preferem tão somente, esperar.
Esta é mais uma prova de nossa ignorância... do medo que não queremos sentir. Mas a verdade é que somos igualmente humanos, pouco importando o que construímos aqui. Dinheiro não nos garante vida eterna, nem a aparência, nem a intelectualidade... prá ser sincera, nem o que cremos.
Não importa se haverá vida após a morte... não importa se a morte é o ponto final.
Se vamos para o paraíso ou para o purgatório... se voltamos em forma de ser humano ou animal... se não voltamos...
Não importa se você morre pelo que acredita, se acredita vagamente... Se tem certeza ou não no que pensa ser verdade... nada disso importa.
Nada disso vai te dar a mesma família de volta... você nunca mais terá o mesmo cachorro...
Nunca mais tomará o mesmo sorvete, nem pasará exatamente pelo mesmo lugar.
Não importam os títulos que você carrega, eles nunca mais tornarão a ser os mesmos.
As palavras não terão o mesmo significado... A interpretação de um fato jamais será a mesma.
Você pode ir e voltar, e, inda que isso seja verdade, o que é seu hoje nunca mais tornará a ser da mesma forma. Seus olhos não o verão do mesmo jeito, seu coração não sentirá a mesma coisa.
E você deixa de viver o hoje porque acha que depois vai ser melhor...
E quantos vejo que desistem do hoje e partem por vontade própria antes de refletir sobre o que estão fazendo...
E quantas guerras para tentar convencer alguém que esta religião é melhor que aquela...
Quantos suicídios por causas que não trarão de volta os bons momentos que poderiam ter vivido aqui...
Pessoas morrem e outras escolhem não viver... acreditando que um dia estarão em um lugar melhor que aqui... Talvez, por isso... talvez, pelo medo de encarar a vida como deve ser.
A nossa falha é não lembrar que não será igual. Nada. Jamais.
É tentar fugir de algo tendo como justificativa, coisas que não nos garantem "ser".
É achar que fazendo isso conseguiremos convencer a nós mesmo que realmente é melhor fugir,
e assim dar asas para nossos erros simplesmente porque resolvemos "acreditar" quando deveríamos viver...
"Só acredite no que os seus olhos vêem e seus ouvidos escutam. Não acredite nem no que os seus olhos vêem e seus ouvidos escutam. E saiba que não acreditar ainda é acreditar." Bertolt Brecht

março 22, 2007

"Atribuir"...

Que meus caminhos não sejam turvos, mais do que preciso para corrigir meus passos.
E que tudo o que eu fizer seja com o coração, não somente com palavras.
Que meu deitar e meu levantar valham a pena pelas atitudes tomadas durante o período existente em seu meio termo
E que tais atitudes sejam mais que simples demonstrações públicas de alguma coisa...
Que eu não seja nunca como aqueles tantos que tão bem falam...
E como tantos outros que tão bem escrevem...
Ou ainda, como aqueles que emocionam a muitos com suas palavras lindas e ao mesmo tempo vazias...
Inda que seja incômodo o peso das palavras sinceras, são elas que quero proferir até meu último suspiro.
Que a obcessão materialista fixe-se sempre muito longe de onde meus pés estão agora e também de onde eles estarão amanhã,
E que minhas realizações contenham-se sempre no reconhecimento, não em posses.
Que eu sempre me lembre de que a única coisa minha, própria, adquirida e intransferível, é o conhecimento e a experiência de vida que colho desde os primórdios, e esta, inda que me esforce, não será jamais copiada, repassada ou compreendida inteiramente por qualquer que seja...
Que eu não seja hipócrita a ponto de acreditar que apenas os outros erram,
Mas que eu não seja ingênua a ponto de aceitar que meus erros sempre serão perdoados.
Que eu seja sim moça de família, mulher independente, profissional bem sucedida, boa postura; por sorte, boa aparência, um vocabulário rico e uma ótima educação. Mas que antes disso tudo eu seja humana, como é humano o padeiro da esquina, ou trausente que aguarda auxílio à beira da estrada... como a professora primária da escola do interior, o médico com 30 anos de profissão ou o estudante de 1° ano do curso de administração...
E pouco importando o que eu faça, que seja sempre para o bem de alguém, inda que não o meu próprio, e que eu me importe mais com o "dar" do que com o "receber". Que eu consiga transmitir amor àqueles que me rodeiam inda que seja difícil suportar a falsidade de muitos... E que eu nunca aprenda a ser indiferente, nem mesmo com aqueles que o fazem a mim ou à outros.
Que eu chore sim, como já tenho feito, pelas atitudes amargas que vejo, e que me doam as lágrimas por ver a ignorância alheia e não poder fazer a diferença... Que minhas atitudes sejam medidas na proporção dos meus conceitos e minhas necessidades supridas à medida de meu interesse alheio desde que no intuíto de ajudar...
Que eu jamais dê ouvidos aos que me criticam.... ou ainda àqueles que não acreditam que isso possa fazer alguma diferença... Mas que eu nunca permita que os elogios excessivos me corrompam...
Que eu seja assim, simples, sem muitas complicações. Porque a vida é simples desde que a gente saiba como olhar prá ela...
Que eu consiga transmitir aos outros o que realmente considero vida... E que ela não vai valer nada se você não ajudar outro alguém a viver...
By Lady Seilinhah

março 15, 2007

Ver a Viver...

Eles não fazem mais do que imitar o que acontece na vida real.
Inspiram-se nas nossas atividades, nos nossos sofrimentos.
Nas coisas boas e ruins que presenciamos ou vivemos sem perceber...
E sem perceber aplaudimos àqueles
que não fazem mais que viver a nossa vida diante de uma tela.
E idolatramos sua coragem, sua audácia
sem perceber que muitas vezes nós mesmos fomos os altruístas...
E ficamos estáticos por boas horas de nossos dias
torcendo, diante de uma caixa, para que o bem vença e o mal perca...
E nos indignamos quando os papéis se invertem
E os maus prevalecem...
Condenamos os maus conforme nossas necessidades
e não percebemos que muitas vezes nós agimos da mesma forma.
Não somos pagos prá refletir sobre nossos atos,
mas eles são pagos para demonstrar o que fazemos
sem nos condenar diretamente...
Quem nunca traiu ou foi traído?
Quem nunca chorou ou fez alguém chorar?
Quem nunca teve alguém com quem não combinasse?
Quem nunca perdeu alguém que gostava demais?
Quem nunca tomou banho de chuva ou caiu um tombo?
Quen nunca amou ou detestou alguém?
Quem nunca mentiu prá ajudar um lado?
Quem nunca precisou fazer escolhas e tomar decisões?
Quem nunca foi vítima de alguma coisa,
ou nunca riu de algo que fez?
Quem nunca recebeu um elogio sincero, um abraço apertado,
um tapa bem forte, talvez uma repreensão?
Inda assim nos programamos, como despertadores,
para estarmos sempre na mesma hora diante da TV
e assim gastar mos nossas emoções
na vida que deveria ser nossa, mas não é.
Não é, porque nos sentamos no exato momento em que poderíamos
rir ou chorar as nossas coisas... Sofrer com aquilo que nos pertence...
Mas nos sentamos,
porque perder na realidade é muito mais arriscado,
muito mais doloroso...
A verdade é que somos covardes, por isso idolatramos aqueles que talvez
façam um pouco mais que nós...
Ou não façam mas imitam o que fazemos... ou deveríamos fazer...
Um dia, talvez, reconheçamos que os heróis verdadeiros não são aqueles
e sim, estes que nos rodeiam diariamente... que podemos tocar...
Um dia, talvez, percebamos que é muito mais gratificante sentir, inda que a dor,
que simplesmente idealizar...
Um dia talvez deixemos de ser covardes e aceitemos que a vida em si é muito mais bonita e gratificante
que aquela que se passa dentro de uma caixa,
mas que nós somos incapazes de perceber e sentir isso
Porque preferimos sentar e assistir do que atuar...

março 05, 2007

Vende-se...

Os jornais e seus classificados:
Nele, as pessoas vendem seus bens, os bens alheios, os bens que não são tão bons e até mesmo, o seu próprio "bem estar".
É intrigante perceber a forma como tudo pode ser comercializado. Desde um automóvel até a possibilidade de um casamento, para se viver no exterior. Já não bastava a venda do próprio corpo, agora, comercializam também sentimentos.
Mas o que mais me comove é o surgimento ( não tão recente) de se comercializar o direito a viver bem de outras pessoas.
Não desmerecendo a ótima instituição que estudo, tão pouco os alunos do novo curso de Medicina que fazem parte dela, até porque não é a única instituição privada que oferece o curso. Mas tenho visto regularmente notícias sobre mortes e danos irreversíveis causados por erro médico e isso me deixa, de certa forma, revoltada.
Talvez a proximidade maior com a realidade dos fatos tenha me levado a refeltir um pouco mais no assunto.
Já não bastava a comercialização indireta de vagas em universidades estaduais e federais, tem-se então, a comercialização direta nas instituições privadas.
Que sejam melhores as indiretas, inda que quem tenha condições de estudar o dia inteiro e pagar os melhores cursos pré-vestibular e bons professores particulares sejam justamente aqueles que não precisam trabalhar para isso. Ao menos, ao enfrentarem uma concorrência de até 120 por vaga, estarão bem mais "preparados" que aqueles que gostariam de ocupar uma vaga por aptidão, não por condição.
Então um dia, alguém teve a idéia de comercializar possibilidades. Com uma concorrência incomparavelmente menor e um custo básico de aproximadamente R$ 3.000,00 por mês, durante 6 anos da sua vida, você tem a possibilidade (quase que garantia) de ser um "médico" amanhã. Nada contra, até o momento que você entra na instituição e tem a oportunidade de observar os "futuros profissionais".
É muito fácil identificar um aluno do curso de Medicina, inda que todos os outros da mesma instituição estejam também vestidos de branco da cabeça aos pés. Eles são completamente indiferentes aos demais. Você percebe o ar de superioridade que existe logo no 3° dia de aula. Auto declaram-se deuses, antes mesmo de receber o título que terão a capacidade de comprar. Vi isso e fiquei me perguntando como um "Médico" desses atenderia um paciente. Fico pensando se terão coragem para tocar alguém "infinitamente inferior" em uma condição não tão agradável. Queria conseguir enxergar as garotinhas tão bonininhas, portadas como bonequinhas de porcelana, tocando alguém em seus ferimentos, vendo outro alguém agoniar a sua frente, auto declarando-se responsáveis pela vida de outro ser humano...
Queria... infelizmente, não consigo. Não consigo ver além de onde meus olhos já viram... A total indiferença para com qualquer um que passe ao seu lado... A classificação daqueles que estão (ou não) a "mesma altura"... E desejo apenas que se lembrem um dia, antes de receberem um diploma e atenderem o primeiro paciente, que lembrem que pobres ou ricos, todos são seres humanos e tem o direito a vida... E que reconheçam a capacidade (ou a incapacidade) que possuem de ajudar alguém em sua recuperação... Garantir a oportunidade de viver bem à alguém, pode não ser apenas diagnosticar essa pessoa, como também reconhecer que não é capaz de fazê-lo...
E que o dinheiro lhes garanta, não apenas a possibilidade de um bom diploma, mas a capacidade de um dia, comprar também o amor ao próximo...

março 03, 2007

Eu amo o que eu faço...

...eu faço Fisioterapia!
"Quantas preocupações desaparecem quando a gente se preocupa não, em ser alguma coisa, mas em ser alguém."

fevereiro 10, 2007

Saudade...

Saudade do tempo em que as pessoas eram pessoas.
Que o vizinho visitava, que se visitava o vizinho.
Quando ainda existia o termo "família" e casamentos eram mais que política de interesses.
Saudade de quando, ao passar pelas praças, podia havistar crianças brincando...
Saudade do tempo que eu era criança, e brincava na praça...
Do tempo que praças eram vistas como bons lugares de socialização.
Saudade de correr na chuva, com os pés descalços.
De sentar ao redor de uma fogueira ouvir estórias
e depois, deitar ao lado de fora da barraca prá avistar as constelações...
Saudade de quando as flores tinham detalhes.
Do tempo que eu via rosas, cravos, jasmins, margaridas...
Depois de um tempo tudo é simplesmente, flor.
Depois de um tempo, cachorro quente não é mais que um pão cheio de recheio...
O Sorvete nem precisa mais ser de morango...
O chocolate nem é mais recheado com coco... ou meio amargo...
Porque depois desse tempo, a gente "aprende" a generalizar as coisas.
Então, tudo deixa de ser belo e passa a ser comum.
E o comum não tem detalhes.
Nós esquecemos que são justamente os detalhes que tornam as coisas mais valiosas.
E transformamos família, amigos, jardins e chocolates em meros substantivos.
Depois de mais tempo, a gente percebe quanto tempo perdeu na vida.
Pelo simples fato de "não ter tempo".
Porque gastamos tanto conjugando verbos
que nos esquecemos de realizá-los.
Viver na teoria é o mesmo que assistir seu filme preferido:
Você acha lindo, perfeito e até se emociona...
Mas ele acaba, e é aí que você percebe
que na realidade,não foi mais que mero espectador...

janeiro 15, 2007

O que você faz?

(Seile M. Corrêa)
Há os que olham.
Os que passam indiferentes.
Há os que brincam com os fatos
e os que levam a sério.
Há os que criticam
e há os que condenam.
Há os que projetam
e há os que esperam.
Há os que constroem
e há os que destroem
sem nem ao menos perceber
que o fazem.
Há os que aceitam
e há os que batalham.
Há os que acomodam-se
Há os que inquietam-se.
Há os que ajuntam.
Há os que espalham...
Há os que riem
Há os que choram.
Há os que sentem que precisam fazer algo
e há os que realmente fazem.
Há os que vêem acontecer,
Há os que fazem acontecer,
e os que nem sabem o que acontece...
Há os que falam muito
(e falam bem).
Há os que buscam a culpa.
Há os que encontram justificativas.
Há os que vivem
e os que simplesmente existem...
E enquanto isso...
Há os que morrem
sem nem ao menos
ter a chance
de entender
o porquê...

janeiro 06, 2007

Olhos cegos...

Eles julgam e condenam sob sua própria razão...
Condenam aqueles que agiam, acreditando também, na sua razão.
Nós olhamos tudo e classificamos os certos e os errados sob a nossa razão.
Pensamento este que nos foi repassado conforme uma terceira razão formada por outra e assim, sucessivamente.
E dentro de sua razão, ninguém aceita estar errado. Inda que a mesma, a olhos alheios, seja absurdamente ridícula.
Todos nós somos... ridículos.
Porque sempre nos achamos no direito de julgar os demais... Mas nunca nos submetemos ao julgamento que fazem sobre nós, ou nossas atitudes.
Somos cegos àquilo que nos condena. Surdos ao que nos julga... E insistimos, não somente em apontar erros alheios, mas também acreditar que eles devem ser corrigidos ao nosso modo.
Querem ser corretos... Sem aceitar que outros também podem estar.
Querem escrever a história ao seu modo... Sem personagens que possam opinar o final dela.
Querem manter uma imagem que já está destruída e escondida por baixo de um pano sujo... imundo.
Querem ser perfeitos... E matam para vingar-se da própria morte.
De quem é a razão senão daquele que admite possuí-la?
E que homem é tão perfeito a ponto de poder determinar a morte de outro?
Que homem nunca errou?
Que homem nunca matou?
Todos nós matamos alguém um dia. Há coisas que as pessoas carregam que, ao serem assassinadas, levam muito mais que o próprio fôlego.
Matar não é tão somente tirar a vida. Você pode roubar uma esperança e matar uma pessoa do mesmo jeito. O não que você disse um dia... A esmola que você negou... O abraço que você não deu...
Querendo ou não... todos nós somos culpados por isso que observamos à nossa volta...
Quem é o homem para julgar o que é certo ou errado?
Que homem tem tanta razão para determinar qual é a razão mais correta?
Que homem é tão perfeito a ponto de dizer quem merece viver, ou não?
Infelizmente, prá ser homem hoje em dia, basta conseguir comprar o título. E junto com o título de "homem", o de razões e poderio.
Com isso, surgem os "Grandes Homens" da atualidade... "Capazes de julgar" sob sua rãzão, todos os demais que também tinham uma razão... esta, não tão "cara".
E nós assistimos tudo com olhos abertos e ao mesmo tempo, cegos. Mas não mais que os que estão a nossa frente.
Somos cegos àquilo que nos condena. Surdos ao que nos julga... E nessa terra de cegos quem tem um olho... esconde.