outubro 27, 2011

Na hora errada...

Não tenho escrito tanto quanto o fiz um dia. Também não tenho tido tempo.
Não que antes tivesse... mas a falta dele também me inspirava...
Ultimamente tenho sentido o peso da responsabilidade. Ela me impede de ver coisas que antes fitava com maior admiração. As horas têm passado muito rápido... e quando as frases vêm na madrugada, avulsas, dispersas, apagam-se antes mesmo de fluirem para o papel...
Não tenho refletido tanto quanto fiz um dia. Também não tenho tido motivo.
A ambição materialista tem me consumido minuto a minuto... e me preocupar com o que darei a minha filha amanhã, às vezes, me impede de viver com ela o hoje...
Eu me desprezo por isso. Por esse desespero manipulador que me envolve. Tudo o que sempre critiquei, agora, me consome... E vivo envolta de lembranças que não voltam... e dúvidas sobre o que não chega...
Não tenho vivido tanto quanto fiz um dia. E desprezei 5 anos de faculdade por uma ocupação que garante muito mais do que uma graduação... E minhas promessas de lembrar-se do próximo sempre que pudesse vão se apagando... na rotina... nos projetos... na memória...
Não tenho sido eu tanto quanto fui um dia. E comprovado vivencialmente que todas as teorias dos adultos (que pareciam ridículas quando eu era criança) têm se concretizado na minha vida... minuto após minuto.
Eu tenho me tornado, realmente, maior prova de que o ser humano é ambicioso e materialista. Egoísta. Medíocre... Eu tenho certeza que abominarei tudo isso que faço quando chegar aos 60... E desejarei voltar aos 30 para viver a vida de um jeito que não fiz... Eu sei que nada disso passará além do que qualquer outro já tenha concretizado em sua existência... Mas cada dia que passa, tenho percebido que é mais e mais difícil voltar atrás...
By Seilinhah.