Seriam perfeitas mas não lhes dei crédito.
Surgiram do nada, queriam ficar
mas deixei que voassem
com o vento...
Foram prá um lugar
Aonde ninguém as encontraria.
Sumiram no espaço abstrato:
Invisibilizaram-se.
Um dia, voltaram: Tão mais fraquinhas!
Com ar de piedade as acatei...
E espalhei ao tempo
Seus torpes sentidos
Jamais interpretados, quem dirá, ouvidos
Se assim não fosse sua manifestação.
Apenas não deixei que, outra vez, partissem
Pois se fraquinhas voltaram, quem sabe, desistiriam
E assim tornei-as, como se fossem minhas
Adotando-as em seu simples aspecto.
E decodifiquei-as com meus sentimentos
Interpretando-as ao meu injusto modo
(ou seria justo?)...
E acalentando-as com minhas idéias
Derrubei-as sobre o papel em branco
Para que se tornassem, e existissem
E ganhassem um nome denominado:
PALAVRAS...